PPG
Em 1992, Craig McCracken ainda estudava na Califórnia Arts Institute, quando criou o piloto das “Meninas Superpoderosas”. Nesse piloto - “Whoopass Stew! - A Sticky Situation" (1992), ao invés do Elemento X, as meninas surgem a partir de uma lata de “Whoopass” ( que na gíria em inglês, significa literalmente, “chute na bunda”). Repare como os traços do desenho das meninas eram diferentes, mais altas e mais magrinhas, com os olhos menos arredondados, cores mais escuras, Townsville mais "sombria", e no Professor Utonium se parecendo com o Dexter "grandinho"! (clique aqui e veja o vídeo)
Não deixe de ouvir a voz do narrador, que é a do próprio McCracken! Nada nesse piloto levava a acreditar que a série se tornaria um dos maiores fenômenos de merchandising da história! Em 1993, Craig começou a trabalhar no Cartoon Network (então Hanna Barbera) dirigindo a série 2 Stupid Dogs (que ficou no ar por apenas um ano), e também na direção de arte do desenho “O Laboratório de Dexter”. Mesmo sem muito apoio, continuou a produzir curtas das "Whopass Girls" com a esperança de que os executivos aprovassem a produção de um piloto.
Mas a resistência era muito...Violenta e com uma linguagem pesada, as "Whoopass" precisaram sofrer uma “reforma geral” para que pudessem aparecer em dois curtas apenas para o especial What’s a Cartoon! Show! Com as devidas modificações (a começar pelo título), foi ao ar em 1995: Meat Fuzzy Lumpkins. (Clique aqui para assistir). Só um ano mais tarde, em 1996 um novo especial das “Powerpuff Girls” foi ao ar com Crime 101! (clique aqui para assistir). O sucesso foi tão grande que a Hanna Barbera “fechou os olhos” e permitiu que Craig McCracken iniciasse a produção da série original com 78 episódios, mesmo que com pouquíssimos investimentos (os episódios foram desenhados a mão, e filmados na Coréia do Sul), as meninas Super Poderosas estrearam na TV em 18 de novembro de 1998...
Essa estréia foi a maior audiência na história do Cartoon Network, batendo todos os programas exibidos no mesmo horário, e abrangendo todos os perfis de público (de crianças a adultos). Já no no ano seguinte (1999), com a série indicada a seu primeiro Emmy pelo episódio Booble Vicius, e exibida no horário nobre, teve início a “febre” do merchandising, onde se vendia de tudo com a marca das agora “Meninas Super Famosas”. Em 2001 Craig McCracken disse: “eu acreditei que haveria a venda de algumas camisetas ou brinquedos, mas nunca imaginei que a coisa chegasse nesse ponto”... Este sucesso, tão absoluto, responsável pela receita de MM de US$ e a consolidação de uma canal de televisão, pode ser explicado entre outros motivos, pela “marca registrada” dos episódios, contando sempre com uma visão bem-humorada do super-herói tradicional, através da “figura” de três meninas que lidavam ao mesmo com monstros e vilões gigantes, e com os problemas normais da sua idade (6 anos) como fazer xixi na cama, ter medo do escuro, ou a “dependência” do seu cobertorzinho, e também às referencias a cultura pop (anos 50/60/70/80/90), quem não se lembra por exemplo do episódio "Meet The Beat Alls", baseado na história dos Beatles terminando com a famosa frase da Florzinha “ahhhh... deixa pra lá! é só mais uma banda antiga e idiota” Foi esse tipo de nuance que atingiu em cheio o público de todas as idades. Outro fator de sucesso da série, foi o tom minimalista dos traços nos desenhos. Nesse ponto é importante destacar, que era “moda” ou conceito na época, a produção de animações com traços elaborados, visuais espalhafatosos e futuristas. Não se sabe ao certo, se por poucos recursos ou por puro talento, McCracken, imprimiu a cada uma das meninas uma personalidade única e exclusiva, apesar de terem absolutamente o mesmo traço se diferenciando apenas pelo cabelo, cor dos olhos e das roupas. Esse visual moderno, com personalidade marcante, associado a um cenário “universal” (Townsville faz referencias a Paris, Tóquio, New York e muitas outras cidades), fez com que e que As Meninas Superpoderosas se tornassem, mais do que um fenômeno mercadológico, em “uma das poucas criações norte-americana, em que a cultura pop é alegre, e ao mesmo tempo artisticamente refinada", disse o crítico de cinema Bob Longino. No período que esteve no ar, (1999 a 2005), a serie foi vencedora de 4 Emmy's (sendo que dois deles na categoria de “melhor desenho animado do ano” e teve outras 11 indicações, incluindo, direção, roteiro, som, etc..
Fontes: PPG Brasil, Blog da Bravinha.
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